
Obesidade, cirurgia bariátrica e contracepção
A obesidade altera a eficácia dos contraceptivos?
A obesidade pode afetar a forma como os medicamentos orais são absorvidos e distribuídos no organismo, incluindo as pílulas que podem ter sua eficácia diminuída.
Pq pensar em contracepção nesse caso?
Devido a um aumento dos eventos adversos associados com a gestação em mulheres obesas aconselha-se que esse grupo de mulheres utilizem métodos contraceptivos altamente eficazes e que esses métodos não aumentem o risco cardiovascular que já é aumentado e nem aumentem o peso. Existem algumas possibilidades de contracepção que atendem essas características, um exemplo são os LARCs (métodos de longa ação) como o DIU de cobre, DIU hormonal ou SIU e o implante, eles além de não aumentar o risco cardiovascular, serem 20x mais eficazes que métodos de curta ação (como as pílulas) estudos demonstram que os DIUS não impactam no peso e o implante provavelmente também não.
A cirurgia bariátrica requer atenção especial:
- A perda de peso após a cirurgia pode melhorar a regularidade menstrual e consequentemente a fertilidade.
- Há uma necessidade de se adiar a gestação após a realização da cirurgia bariátrica.
- Consensos recomendam que a gestação seja evitada por 12 -24 meses após o procedimento.
- Mulheres submetidas à cirurgia bariátrica necessitam de contracepção eficaz e de longo prazo.
- Métodos como pílulas, adesivo transdérmico, anel vaginal, injetável mensal não são recomendados para pacientes obesas que serão submetidas a cirurgias.
- Após a cirurgia, a depender da técnica utilizada, medicamentos orais podem ter sua absorção prejudicada.
- Métodos não orais e que não impactem no risco cardiovascular e peso são novamente as melhores opções, são eles: DIU de cobre, DIU hormonal e implante.
- Devemos ter certa atenção com o DIU de cobre, pois cerca de metade das pacientes após a cirurgia apresentam anemia que pode ser agravada pelo aumento do fluxo menstrual provocado pelo DIU de cobre.
Ref:
http://www.brasil.gov.br/saude/2017/04/obesidade-cresce-60-em-dez-anos-no-brasil
Verhaeghe J. Hormonal contraception in women with the Metabolic Syndrome: A narrative review. Eur J Contracep Reprod Health Care. 2010;15:305-313.
Bender NM, Segall-Gutierrez P, Najera SO, et al. Effects of progestin-only long-acting contraception on metabolic markers in obese women. Contraception. 2013;88(3):418-25.
Paulen ME, Zapata LB, Cansino C, Curtis KM, Jamieson DJ. Contraceptive use among women with a history of bariatric surgery: a systematic review. Contraception 2010;82:86-94.
http://www.cdc.gov/reproductivehealth/unintendedpregnancy/USMEC.htm. Acessado em 19/08/2015.
Ramos NM, Magno FC, Cohen L, Rosado EL, Carneiro JR. Weight loss and nutritional anemia in patients submitted to Roux-en-Y gastric bypass on use of vitamin and mineral supplementation. Arq bras Cir Dig. 2015;28(1):44-7.
MANSOUR, D. Copper IUD and LNG IUS compared with tubal occlusion. Contraception. 2007 Jun;75(6 Suppl):S144-51. Epub 2007 Mar 2.
L.BR.MKT.08.2017.8291