No primeiro trimestre, podem aparecer sintomas típicos, devido à fase de adaptação do organismo às mudanças hormonais.
Os problemas mais comuns são:
- Enjoos e vômitos;
- Azia;
- Inchaços.
Entretanto, é possível também que ocorram problemas mais sérios durante a gestação, como descolamento da placenta, placenta baixa, placenta prévia total, eclâmpsia e pré-eclâmpsia; ou aborto espontâneo.
O descolamento de placenta é uma eventualidade grave. Pode ocorrer em qualquer época da gravidez acima da 20ª semana e necessita intervenção urgente para salvar o bebê.
Ocorre em aproximadamente 1% das gestações, ou em 6,5 para cada 1.000 partos. Existem causas traumáticas (acidentes, por exemplo) e causas não traumáticas. Dentre estas últimas está a hipertensão materna como a principal.
Há dois tipos de descolamento:
- Descolamento com hemorragia visível: quando uma quantidade de sangue é expelida pela vagina e há uma forte dor ou contração uterina. Ocorre em aproximadamente 80% dos casos;
- Descolamento com hemorragia invisível: quando não há sangramento visível e o único sintoma é uma forte dor ou contração uterina. A operação cesariana de urgência é geralmente indicada e há necessidade de cuidados intensivos da mãe durante e após o parto pelo risco de hemorragia grave.
Placenta prévia parcial ou placenta baixa trata-se de uma implantação anormal da placenta próxima ao colo do útero. Na maioria das vezes o crescimento do útero faz com que a placenta se afaste do colo, adquirindo uma localização normal. Caso haja sangramento no início da gravidez, ou em qualquer época, o repouso, geralmente absoluto, é fundamental. Se não houver a migração para uma localização normal, o parto via abdominal (cesariana) deve ser considerado.
Placenta prévia total é quando a placenta encobre totalmente o colo do útero. A possibilidade de migração da placenta para uma localização normal é muito pouco provável. Caso haja sangramento no início da gravidez, ou em qualquer época, é necessário o repouso absoluto. Se não houver a migração para uma localização normal, o parto via abdominal (cesariana) deve ser considerado. Há uma grande possibilidade de descolamento da placenta e hemorragia grave.
Pré-eclâmpsia e eclâmpsia são doenças caracterizadas pelo aumento da pressão arterial durante a gravidez, perda de proteína na urina e aumento de peso acima de 500 g por semana, causando riscos para a mãe e para o concepto.
Aborto espontâneo é a morte do feto. As causas do aborto são variadas. Distúrbios da coagulação, alterações cromossômicas e doenças infecciosas são as causas mais conhecidas.
Fontes:
Dr. Sérgio dos Passos Ramos CRM17.178 – SP
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