Conheça algumas opções de tratamento para os sintomas da menopausa, quem pode utilizar, quando iniciar, seus riscos e benefícios.

O tratamento para menopausa inclui terapias hormonais que ajudam a controlar os sintomas iniciados no climatério e a prevenir a osteoporose.1,2

 

Porém, sua indicação deve ser feita cuidadosamente pelo médico, levando em consideração as necessidades individuais.3

 

A principal indicação para iniciar a terapia hormonal como tratamento para menopausa é a presença de sintomas vasomotores, ou seja, das ondas de calor (fogachos) e do suor noturno.2 Além disso, é preciso avaliar se não há contraindicações e se a mulher se encaixa no período chamado de “janela de oportunidade”, que será discutido adiante.4

 

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O que é a terapia de reposição hormonal?

Como a menopausa ocorre por uma redução da produção de hormônios, a terapia de reposição hormonal (TRH) visa compensar essa falta, reduzindo os sintomas relacionados e prevenindo a perda de massa óssea.1,3

 

A TRH para tratamento da menopausa pode ser feita com o uso de dois hormônios, o estrogênio e o progestagênio (para mulheres com útero), ou apenas de estrogênio (em mulheres sem útero).2 Sua administração é geralmente por via oral (pílulas hormonais), transdérmica (adesivo) ou percutânea (gel), de acordo com a aceitação e a preferência da paciente.2

 

A depender dos fatores de risco, a mulher também pode ser candidata a utilizar estrogênio via vaginal para reduzir o ressecamento, as infecções urinárias e a dor durante as relações sexuais.2,5

 

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Quem pode utilizar a terapia hormonal e quando?

A TRH é indicada para alívio dos sintomas da menopausa, como ondas de calor, suor noturno, alteração de humor, secura vaginal ou insônia.2 Além disso, é preciso estar no período chamado de “janela de oportunidade”, que corresponde aos 10 primeiros anos após a última menstruação, e ter menos de 60 anos de idade.2,6

Por fim, a paciente não pode ter nenhuma das seguintes contraindicações:2

 

  • Doença hepática descompensada;
  • Câncer de mama ou lesão precursora para o câncer de mama;
  • Câncer de endométrio;
  • Sangramento vaginal de causa desconhecida;
  • Porfiria;
  • Doença vascular cardíaca e/ou vascular cerebral;
  • Lúpus eritematoso sistêmico;
  • Doença trombótica ou tromboembólica venosa;
  • Meningeoma.

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Riscos e benefícios da reposição hormonal para menopausa

Além de ajudar a reduzir os sintomas vasomotores, a TRH se mostrou eficaz para:2,5

 

prevenção do câncer de cólon; redução de fraturas associadas à osteoporose por diminuir a perda de massa óssea; diminuição da gordura visceral (gordura acumulada na barriga); redução do risco de desenvolver diabetes; melhoria dos sintomas genitais e urinários.

Mulheres acima dos 60 anos de idade não devem iniciar a TRH. Esta terapia pode aumentar os riscos de eventos tromboembólicos, principalmente em mulheres que realizaram cirurgia e/ou imobilização, com obesidade e trombofilia.5

 

Atualmente, a TRH é contraindicada em pacientes com história pessoal de câncer de mama e naquelas com fatores de risco para a doença, por aumentar as chances de desenvolvê-la. Por isso, é fundamental sempre consultar um médico, que irá recomendar um tratamento individualizado.7

 

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Diferentes formas de tratar os sintomas da menopausa

O dispositivo intrauterino (DIU) hormonal tem sido utilizado durante o período de transição menopausal para auxiliar na contracepção, ainda necessária nessa fase.8 Durante a terapia com estrogênio, o uso do DIU hormonal promove a proteção endometrial, prevenindo o câncer de endométrio.8,9

 

Da mesma forma, o implante de etonogestrel ou as pílulas de progestagênio, que têm a contracepção como função principal, podem ser considerados em conjunto com a terapia com estrogênio, visando a preservação do endométrio em mulheres que estão em tratamento hormonal durante a menopausa.10 Já os anticoncepcionais orais combinados não são indicados para TRH, mas sim como alternativa para mulheres com menos de 50 anos que desejam tratar os sintomas da perimenopausa.10

 

O uso de fitoterápicos e plantas medicinais tem se associado a relatos de melhoria dos sintomas da menopausa, mas não existem estudos que comprovem sua eficácia e segurança.3 Assim como as medicações e hormônios sintéticos, os fitoterápicos também têm potenciais riscos para o organismo e ainda não se conhece suas contraindicações.6

 

Vale lembrar que cada mulher é única. Somente um médico pode avaliar o histórico de saúde de cada paciente e recomendar a melhor opção terapêutica, considerando suas indicações, contraindicações, seus riscos e benefícios.1,3

 

Discuta os tratamentos disponíveis com o seu médico ou utilize o Buscador Médico e encontre um especialista perto de você!

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Para lembrar

  • A principal indicação para o tratamento hormonal da menopausa é a presença de sintomas.2
  • Para iniciar a reposição hormonal, é preciso estar dentro da “janela de oportunidade” e não ter nenhuma contraindicação.2
  • O ginecologista é o médico capacitado para avaliar os riscos e benefícios de cada tratamento e propor uma opção terapêutica individualizada.1

 

Referências:

1. Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo). Febrasgo Position Statement. Propedêutica mínima no climatério [internet]. Nº 5. Maio de 2022. Femina. 2022;50(5):263-71. Acesso em 03 de dezembro de 2024.

2. Nahas EA, Nahas-Neto J. Terapêutica hormonal: benefícios, riscos e regimes terapêuticos. São Paulo: Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo); 2018. (Protocolo Febrasgo – Ginecologia nº 54/Comissão Nacional Especializada em Climatério). Acesso em 03 de dezembro de 2024.

3. Coppolla MB, Costa LVM, Lara FPL, et al. Abordagens no manejo da menopausa: terapia hormonal e alternativas não hormonais [internet]. Curitiba. Brazilian Journal of Health Review. 2023;6(6):26811-23. Acesso em 03 de dezembro de 2024.

4. Oliveira GMM, de Almeida MCC, Arcelus CMA, et al; Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC). Brazilian Guideline on Menopausal Cardiovascular Health – 2024 [internet]. Arq Bras Cardiol. 2024;121(7):e20240478. Acesso em 03 de dezembro de 2024.

5. Pardini, D. Terapia de reposição hormonal na menopausa [internet]. São Paulo. Arq Bras Endocrinol Metab. 2014;58/2. Acesso em 03 de dezembro de 2024.

6. Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo). Reposição hormonal [internet]. Revista Ela. Nº15. Agosto de 2021. Acesso em 03 de dezembro de 2024.

7. Pereira BMB, Guedes CMF, Machado CAC. Terapia hormonal e câncer de mama [internet]. Rev Bras Mastologia. 2017;27(1):15-20. Acesso em 03 de dezembro de 2024.

8. Versailles JBE. Percepção das mulheres sobre o uso do DIU hormonal 52 mg durante a transição para menopausa. Dissertação apresentada à Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas. Campinas, SP. 2022. Acesso em 27 de janeiro de 2025.

9. Costa LLA, Oliveira FT, Vieira ACA. Benefícios e indicações da terapia hormonal para mulheres na menopausa: uma revisão integrativa de literatura. Research, Society and Development, 2024;13(5):e4313545789. Acesso em 27 de janeiro de 2025.

10. Guazelli CAF. Anticoncepção na transição menopausal: qual é a orientação mais adequada? [internet]. Sociedade Brasileira de Reprodução Humana (SBRH). São Paulo: 2024. Acesso em 03 de dezembro de 2024.

 

Material informativo destinado ao público geral. Em caso de dúvidas, converse com seu médico.

 

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